EM CAMINHADA, POPULAÇÃO RELEMBRA VÍTIMAS DE FEMINICÍDIO E PEDE JUSTIÇA

Inúmeras pessoas participaram do ato #PorNatanaMara realizado na tarde deste sábado (25), em Chapecó.  Com roupas pretas e cartazes, familiares, amigos e a população em geral, subiram a Avenida Getúlio Dorneles Vargas, pedindo justiça aos casos de feminicídio e uma punição mais rigorosa aos agressores. Atualmente, Chapecó é a 3º cidade mais violenta para mulheres em Santa Catarina.
Natana Mara dos Santos, de 27 anos, foi assassinada com seis disparos de arma de fogo, na manhã do dia 28 de maio de 2018, na cidade de Nova Itaberaba (SC), no Oeste Catarinense. O ex-companheiro é o suspeito do crime. O mesmo homem é investigado pela morte de Lourdes Maria Filippi Chiela, 70 anos, que aconteceu no mesmo dia.
Emocionada, Ana Paula dos Santos, irmã da jovem, pede justiça e respeito. “Além de resgatar a dignidade, queremos deixar esse assassinato como um legado nessa cidade. Há de se fazer justiça e a pena máxima para esse assassino”, diz. Ela conta que Natana Mara, morava em Chapecó, foi levada até a casa onde o suspeito morava, porém não entrou no imóvel. Lá aconteceu o crime.
Ana Paula afirma que, atualmente, a mulher é morta ao tentar deixar um relacionamento. “Nós ainda vivemos em uma sociedade extremamente machista, onde a mulher é culpada por não sair do relacionamento, por ser morta, por sair com uma roupa mais curta. Essa quantidade de assassinatos é por que a mulher está sabendo de seus direitos, mas no momento em que ela quer exercer seu direito de liberdade, ela é assassinada por esses homens que acham serem donos das mulheres”, explica.
Para a presidente do Conselho do Direito das Mulheres de Chapecó, Carol Listone, é necessário mudanças mais efetivas. “A gente precisa buscar políticas públicas para que nossas mulheres parem de morrer. É muito difícil estar aqui hoje. Queríamos estar celebrando o dia do município, mas a gente não consegue, pois nessa cidade as mulheres estão morrendo”, lamenta.
Outras vítimas
Em memória às outras vítimas de feminicídio, os organizadores distribuíram roupas e outros objetos pela avenida. Junto, um nome fictício e a forma que a vítima foi morta. “As roupas foram distribuídas pela avenida para que as pessoas parem e perceberam a realidade que ali tinha uma pessoa e ela falta”, explica Listone.
Em 2017, sete mulheres foram mortas em Chapecó. “Esperamos que esse ano esse índice diminua o no próximo a gente não tenha nenhuma mulher morta. É por isso que lutamos”, finaliza.
Foto: Willian Ricardo/ClicRDC
Fonte: ClicRDC
Publicação Joraci de Lima

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